sábado, 12 de março de 2011

Pobre garota...

Deixe-me contar uma história real sobre uma menina que ao longo dos anos perdeu sua alma...
Hoje em dia, leva uma rotina normal: estuda, trabalha, tem uma família agradável, amigos extraordinários. Mas nem tudo que parece, é...
Todos os dias era a mesma e cansativa rotina: levantava às seis da manhã e ia para escola. Voltava para casa e dormia o resto do dia. Acordava a noitinha apenas para comer algo, fazer sua higiene e voltava a dormir. E todos os dias ela se sentia da mesma forma: sozinha, desamparada e infeliz. Ela estava no piloto automático. Seus olhos eram vagos, sem brilho, sem vida. Ela era insensível... Não por querer, mas a falta de sentimentos a tornaram assim. Porque eu estou falando dessa garota? Bom, não importa, apenas preciso mostrá-la ao mundo.
Quando estava na transição da infância para a adolescência não tinha limites, não ligava para a sociedade e fazia o que bem entendia. Seus dias eram na bebida e suas noites eram com as drogas. Inconscientemente o desejo dela era que aquilho lhe causasse algo e ela morresse, para que o sofrimento que ela causava em sua família não fosse mais um tormento. Por anos ela foi desse modo: uma inconsequente ignorante. Uma desequilibrada, insana e rebelde. Talvez fizesse tudo aquilo para ter a atenção que nunca recebeu quando era criança.
Sua infância foi terrível: via o pai bater na mãe e maltratar a irmã. O via todas as noites bêbado, aquele grande porco imundo – como ela o rotulava. Quando ninguém estava por perto, seu hobbie era espancá-la, mesmo que essa menina não tivesse feito nada. Não brincava mais. Ficava sentadinha na beira do sofá sentindo imenso medo que aquele homem pirasse e lhe desse alguns tapas.
Essa menina sem alma, sem vontade. Até hoje anseia o dia de sua partida, para um lugar que o sofrimento, a dor e a violência sejam nulos. Inventa felicidade para que não cause mal a mais ninguém. Essa garota... Pobre garota.

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