quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O ar.

A gente não precisa ver ou tocar algo, pra saber que existe, e sim sentir. Não vemos e nem tocamos o ar, mas o sentimos... O sentimos de várias formas: como uma brisa suave numa manhã de primavera, acompanhada do cântico dos pássaros; como um vento refrescante em um dia ensolarado e abafado, refrescando o corpo; ou na pior das hipóteses um vendaval cortante em uma tempestade sinuosa e violenta.
E tem sido assim nossos (re)encontros ao longo da vida: como o ar. Nós somos o ar.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Você.

Toda noite de insônia é comandada pelos meus pensamentos focados apenas em você. Pudera eu te mostrar todas as coisas que já fantasiei entre nós.
Toda noite de insônia eu me perco nesses pensamentos que me tiram da realidade e deixam meus pés a milhas de distância do chão.
Toda noite de insônia.... Droga, por que diabos você tira até meu sono?

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Respirador.

"O que quer que você faça na vida, será insignificante. Mas é muito importante que faça, por que ninguém mais fará. Como quando alguém entra na sua vida e metade de você diz: "você não está preparado". Mas a outra metade diz: "torne-a sua para sempre!" Remember Me.



Talvez seja isso mesmo. Você precisa traçar o seu destino independente de como o fará, pois ninguém vai intervir. Lutar, cair, vencer, perder... Não importa. Você vai sofrer ao menos uma vez na vida, ou até mais. Mas dizem que o final do sofrimento sempre há uma felicidade absurda. Eu particularmente ainda duvido disso. Talvez você ache injustiça alguém ter uma vida mais plena e feliz que a sua e você sinta inveja. Você pode ter perdido uma pessoa amada e ainda não ter se conformado com isso... Bom, acho que estou fugindo do tema, mas isso também não importa. Se eu desviei o assunto, era meu destino o fazer?


Aliás, você acredita em destino? Em Deus? Em coincidência? Ou não acredita em nada?


Tudo gira em torno da dúvida, já reparou nisso? Absolutamente tudo. Mas isso acaba quando você encontra alguém que faça essa sua dúvida ser esquecida ou amenizada. Quando você consegue ver que existe algo que faça você pensar além da duvida. Viver na dúvida.


Fechar os olhos e viver. Esquecer os porquês. Errar pra logo mais poder acertar. Ter a maior mágoa tatuada no peito, mas mesmo assim saber escondê-la de todos, mostrando-se forte e capaz de lidar com tudo.


Precisamos correr riscos! Precisamos aprender que mesmo não preparados para nada, estamos dispostos a tudo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Água Viva.

- Você é infeliz e sabe disso, mas mente! Mente para os outros e para você mesma. Você não tem uma alma, é um vazio completo. Procura felicidade onde não existe, inventa-a.

Nesse momento o chão começava a desabar. Minha força sumia. Minha coragem desaparecia.

- Isso não é verdade.

Eu gritei com minha voz abafada.

- Você pode mentir para todos, menos para mim. Eu consigo ver o seu interior: oco. Você procura respostas, mas frustra-se sabendo que elas não virão. Sua vida não faz sentido. Você não faz sentido!

O barulho da tempestade junto com os raios e trovões não era mais percebido a meus ouvidos. Só conseguia sentir a mão de meu irmão gêmeo segurando firme o meu braço.

- Não dê ouvidos a ele Penny.

- Eu estou mentindo mesmo, minha filha? Você é um nada, tal como sua falecida mãe.

Ele esboçou um sorriso malicioso e fitou meus olhos por alguns instantes. Peguei então a arma e disparei contra a cabeça daquele maldito, que explodiu na nossa frente. Brian me abraçou com força, seus braços eram grandes e envolviam todo o meu tronco. Eu estava estática.

- Penny, Penny... Você está bem?

- Estou.

Eu não estava bem. Nosso pai tinha razão, eu era infeliz e não tinha uma alma. A única razão para eu continuar a viver era Brian. Eu jamais me imaginaria longe dele, minha vida, meu sangue.

- Dê-me essa arma e vamos embora daqui.

Entreguei-a, Brian deu alguns passos, mas eu segurei seu braço impedindo-o de caminhar mais. Eu estava desesperada. O que nós fizemos? O que nós iremos fazer?

- Brian... Você sabe que nós vamos arder no Inferno.

- Se o Inferno existe, nós já estamos nele, meu amor.

Depositou-me um beijo quente nos lábios. Ficamos ali parados por longos minutos próximos a um corpo estendido e muito sangue. Recostei no peito de Brian e uma lágrima caiu, o esmurrei com pouca força.

-Ei, o que houve?

- O que vai acontecer quando nossos corações não baterem mais? Não há paz aqui, Brian... Você sabe o que esse monstro fez com a gente, nós não temos mais nada, só um ao outro. Eu tenho tanto medo. Medo de ficar sem você, de acontecer alguma coisa conosco. Eu não consigo, eu não posso viver sem você. Não é fraternal... É tão difícil. Agora precisamos fugir, nos esconder.

Meus olhos buscaram os dele desesperadamente, ele estava sério, com os lábios comprimidos. Eu sei que ele tinha os mesmos medos, as mesmas dúvidas e preocupações que eu, mas era mais forte, sempre foi mais forte que eu.

-Eu te amo. Com o resto nós nos viramos.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

That's all.

Tu achas que eu estou aqui. Tu achas que está conversando comigo, e que eu presto atenção, que eu concordo, respondo, discordo, te ouço, argumento e novamente discordo. Mas eu não estou aqui. Eu não estou nem aí. É que por tantas vezes eu achei que tu estivesse comigo, tantas vezes eu, inclusive, jurei que estava conversando contigo, e que tu prestavas atenção, concordava, respondia, discordava, me ouvia, contra-argumentava e, novamente, discordava. Mas você não estava aqui. Você não estava nem aí...
"Esteban Tavares".

terça-feira, 21 de junho de 2011

Ponto fraco revelado.

Estava em casa assistindo Star Wars – a melhor hexalogia a meu ver – matando o tempo, pois esse demorava tanto a passar. Impressionante como as horas tristes demoram uma eternidade. De pouco em pouco recebia e respondia SMS’s de velhos e atuais amigos. Então passando os olhos rapidamente pela minha agenda telefônica buscando outra pessoa para me distrair, o nome dela se destaca.


“Ei...” Eu mandei, sem saber o que falar, que assunto puxar, como eu diria que sinto saudades, não era tarefa fácil.
“Você ainda existe.” Foi essa a resposta que obtive.
“Pois é.”

Nesse instante o filme não me fazia mais diferença, estava assistindo o Episódio II – O Ataque dos Clones, deixei o filme rodando em meu notebook que ficou esquecido em cima da cama. Eu olhava veemente para o celular esperando que ele tocasse, queria conversar com ela novamente... Vibrou.

“Nunca se sabe, não é? Eu estava com saudades.” Ela sentia a minha falta. Porque ela ainda sentia a minha falta? Depois de tudo que eu a fiz passar, depois de tanto sofrimento e lágrimas? O que essa mulher tinha?
“Eu também... estava com saudades. Como você está?” Pausa para respirar um pouco mais fundo.
“Estou bem, daquele mesmo jeito de sempre. E sua namorada, Sophie – não é?” Ela tinha que tocar nesse assunto, sempre tão ágil quando quer informações.
“Não estou mais namorando, faz um tempo já. E você com seus amores?” Droga, ela sempre me dominava quando o que eu queria era apenas brincar um pouco mais.
“Há sete meses isso não me ocorre. Sinto falta do amor, você não?”
“Não me faz mais diferença.”
“Você... Nunca deve ter amado.” Quem ela pensa que é? Invadindo-me dessa forma? Aliás, eu não deveria tê-la cutucado, deveria tê-la deixada esquecida em minha lista...
“Quem sabe...” Perdi as palavras.
“Você é tão intocável...”

Não a respondi mais, em dez minutos ela havia conseguido me destruir. Um abalo sísmico ocorreu dentro de mim, não sei explicar. Parei alguns longos minutos para pensar: “Você não sente falta do amor?” É claro que eu sinto – seja lá o que for isso – e desejo encontrá-lo.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Apenas mais um desses clichês.

Ela está presente em corpo, mas sua alma fora destruída. Ela se sente perdida e confusa, esperando talvez que algo aconteça e possa mudar essa situação, mesmo sabendo que isso é impossível, ela ainda alimenta seu 1% de esperança...
Em um local não tão importante desse conto, dois rapazes – cujos nomes não fazem diferença - a observam atentamente e comentam sobre.


- O que faz essa garota sentada sozinha nesse dia tão frio, ao pé da escada?

- Emy teve o seu coração partido – pela enésima vez – e cansou do mundo.

- Mas um coração partido não é motivo para ficar dessa forma.

- Eu sei, mas para quem vive intensamente no e para o amor, é um grande motivo.


...Ou ao menos deveria ser... Para Emelly, era.


Ela se levanta para seguir seu rumo desconhecido, vagando por aí sem destino. Os olhares a acompanham, fora sempre tão vívida, iluminada, espalhando a sua alegria e diversão para com os outros que, quando a tristeza lhe invadiu, os olhos alheios especulavam. A temperatura deveria variar entre 6 ou 7 graus Celsius e ela estava vestida apenas com uma fina blusa de mangas compridas que escondiam suas mãos.


- Ei garota, psiu.

- O que diabos está fazendo?

- Preciso saber o que ela tem.

- Não faça isso.

- Porque não? Emelly venha até aqui.


A garota do coração partido caminha até os rapazes com uma expressão curiosa e ao mesmo tempo apreensiva. Cruza os braços a fim de aquecer dos dedos congelados pelo o vento cortante. Esboça um fraco sorriso quando pára na frente desses rapazes – que são seus amigos.


- O que houve?

- Não é nada Emy, esse idiota apenas está tentando provar mais uma vez que é um idiota.

- Já me acostumei com isso, deixe-me ver a idiotice de hoje...

- Então me diga: como é ter um coração partido?

- E porque isso lhe interessaria?


Um vago silêncio invadiu o local. Boba, tentando fugir do assunto que tanto lhe machucava fazendo piadas desnecessárias. Mas o garoto idiota não se importou, insistiu. Por fim sem mais delongas, Emelly botou pra fora o que lhe corroia.


- Deixe-me achar as palavras certas para você, idiota. Sabe como é dor de cortar o meio dos dedos com papel? Ou quando lhe apertam um machucado que ficou roxo? Topar na mesa da cozinha o dedo mindinho do pé? Queimar a língua com café quente?

- Eu não estou entendendo, ter um coração partido é o mesmo que ter essas pequenas dores insuportáveis, mas curáveis?

- Mas que coisa, deixe-me terminar sem interrupções. Como eu ia dizendo... Essas dores seriam uma Coca-cola bem após um Cooper de duas horas em um parque ensolarado. Uma lasanha quentinha quando seu estômago urra de fome. O prazer de ganhar um presente de alguém querido...

- Espere Emy... Você está me confundindo.

- Ótimo, agora eu preciso ir.


Emelly deu as costas a esses dois rapazes, suspirou fundo com um nó na garganta, desejando que ela se fechasse impossibilitando a passagem do ar a seus pulmões. Comprimiu os lábios e então pode prosseguir o seu caminho incerto. Com seus leves desejos doentios de que algum trágico acidente acontecesse com ela nesse meio tempo.
A morte é fácil, a vida é difícil. Pensava então.