quarta-feira, 29 de junho de 2011

That's all.

Tu achas que eu estou aqui. Tu achas que está conversando comigo, e que eu presto atenção, que eu concordo, respondo, discordo, te ouço, argumento e novamente discordo. Mas eu não estou aqui. Eu não estou nem aí. É que por tantas vezes eu achei que tu estivesse comigo, tantas vezes eu, inclusive, jurei que estava conversando contigo, e que tu prestavas atenção, concordava, respondia, discordava, me ouvia, contra-argumentava e, novamente, discordava. Mas você não estava aqui. Você não estava nem aí...
"Esteban Tavares".

terça-feira, 21 de junho de 2011

Ponto fraco revelado.

Estava em casa assistindo Star Wars – a melhor hexalogia a meu ver – matando o tempo, pois esse demorava tanto a passar. Impressionante como as horas tristes demoram uma eternidade. De pouco em pouco recebia e respondia SMS’s de velhos e atuais amigos. Então passando os olhos rapidamente pela minha agenda telefônica buscando outra pessoa para me distrair, o nome dela se destaca.


“Ei...” Eu mandei, sem saber o que falar, que assunto puxar, como eu diria que sinto saudades, não era tarefa fácil.
“Você ainda existe.” Foi essa a resposta que obtive.
“Pois é.”

Nesse instante o filme não me fazia mais diferença, estava assistindo o Episódio II – O Ataque dos Clones, deixei o filme rodando em meu notebook que ficou esquecido em cima da cama. Eu olhava veemente para o celular esperando que ele tocasse, queria conversar com ela novamente... Vibrou.

“Nunca se sabe, não é? Eu estava com saudades.” Ela sentia a minha falta. Porque ela ainda sentia a minha falta? Depois de tudo que eu a fiz passar, depois de tanto sofrimento e lágrimas? O que essa mulher tinha?
“Eu também... estava com saudades. Como você está?” Pausa para respirar um pouco mais fundo.
“Estou bem, daquele mesmo jeito de sempre. E sua namorada, Sophie – não é?” Ela tinha que tocar nesse assunto, sempre tão ágil quando quer informações.
“Não estou mais namorando, faz um tempo já. E você com seus amores?” Droga, ela sempre me dominava quando o que eu queria era apenas brincar um pouco mais.
“Há sete meses isso não me ocorre. Sinto falta do amor, você não?”
“Não me faz mais diferença.”
“Você... Nunca deve ter amado.” Quem ela pensa que é? Invadindo-me dessa forma? Aliás, eu não deveria tê-la cutucado, deveria tê-la deixada esquecida em minha lista...
“Quem sabe...” Perdi as palavras.
“Você é tão intocável...”

Não a respondi mais, em dez minutos ela havia conseguido me destruir. Um abalo sísmico ocorreu dentro de mim, não sei explicar. Parei alguns longos minutos para pensar: “Você não sente falta do amor?” É claro que eu sinto – seja lá o que for isso – e desejo encontrá-lo.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Apenas mais um desses clichês.

Ela está presente em corpo, mas sua alma fora destruída. Ela se sente perdida e confusa, esperando talvez que algo aconteça e possa mudar essa situação, mesmo sabendo que isso é impossível, ela ainda alimenta seu 1% de esperança...
Em um local não tão importante desse conto, dois rapazes – cujos nomes não fazem diferença - a observam atentamente e comentam sobre.


- O que faz essa garota sentada sozinha nesse dia tão frio, ao pé da escada?

- Emy teve o seu coração partido – pela enésima vez – e cansou do mundo.

- Mas um coração partido não é motivo para ficar dessa forma.

- Eu sei, mas para quem vive intensamente no e para o amor, é um grande motivo.


...Ou ao menos deveria ser... Para Emelly, era.


Ela se levanta para seguir seu rumo desconhecido, vagando por aí sem destino. Os olhares a acompanham, fora sempre tão vívida, iluminada, espalhando a sua alegria e diversão para com os outros que, quando a tristeza lhe invadiu, os olhos alheios especulavam. A temperatura deveria variar entre 6 ou 7 graus Celsius e ela estava vestida apenas com uma fina blusa de mangas compridas que escondiam suas mãos.


- Ei garota, psiu.

- O que diabos está fazendo?

- Preciso saber o que ela tem.

- Não faça isso.

- Porque não? Emelly venha até aqui.


A garota do coração partido caminha até os rapazes com uma expressão curiosa e ao mesmo tempo apreensiva. Cruza os braços a fim de aquecer dos dedos congelados pelo o vento cortante. Esboça um fraco sorriso quando pára na frente desses rapazes – que são seus amigos.


- O que houve?

- Não é nada Emy, esse idiota apenas está tentando provar mais uma vez que é um idiota.

- Já me acostumei com isso, deixe-me ver a idiotice de hoje...

- Então me diga: como é ter um coração partido?

- E porque isso lhe interessaria?


Um vago silêncio invadiu o local. Boba, tentando fugir do assunto que tanto lhe machucava fazendo piadas desnecessárias. Mas o garoto idiota não se importou, insistiu. Por fim sem mais delongas, Emelly botou pra fora o que lhe corroia.


- Deixe-me achar as palavras certas para você, idiota. Sabe como é dor de cortar o meio dos dedos com papel? Ou quando lhe apertam um machucado que ficou roxo? Topar na mesa da cozinha o dedo mindinho do pé? Queimar a língua com café quente?

- Eu não estou entendendo, ter um coração partido é o mesmo que ter essas pequenas dores insuportáveis, mas curáveis?

- Mas que coisa, deixe-me terminar sem interrupções. Como eu ia dizendo... Essas dores seriam uma Coca-cola bem após um Cooper de duas horas em um parque ensolarado. Uma lasanha quentinha quando seu estômago urra de fome. O prazer de ganhar um presente de alguém querido...

- Espere Emy... Você está me confundindo.

- Ótimo, agora eu preciso ir.


Emelly deu as costas a esses dois rapazes, suspirou fundo com um nó na garganta, desejando que ela se fechasse impossibilitando a passagem do ar a seus pulmões. Comprimiu os lábios e então pode prosseguir o seu caminho incerto. Com seus leves desejos doentios de que algum trágico acidente acontecesse com ela nesse meio tempo.
A morte é fácil, a vida é difícil. Pensava então.

domingo, 5 de junho de 2011

Insônia.


Cá estou eu, em mais uma noite de insônia embalada pelas respostas inacabadas pós-perguntas contínuas, e olha só o que eu consegui: um coração cortado por navalha afiada que sangra incansavelmente. 

Fantasiei por tantas vezes diálogos e ações. Imaginei e sonhei... Me precipitei. Deveria saber como eu me sinto e o quanto dói. Deveria perceber que as pequenas ações – não feitas – marcam muito.

A realidade é que eu sempre ansiei ter você aqui comigo, desde a primeira vez que te vi. Nossos mundos são diferentes, nossos pensamentos não batem. Não vale tentar algo que não vai prosseguir.

Tentei, consegui, desisti.